quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Foto: Paulo Roberto Accioli

O Cine Imperator foi uma tradicional sala de cinema na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.Localizava-se no bairro do Méier, na Zona Norte da cidade.Aberto ao público em 1954 com 2.400 lugares, era considerado a maior sala de cinema da América Latina e marcou toda uma geração de espectadores, ávidos por assistir as chanchadas da Atlântida Cinematográfica e filmes norte-americanos estrelados por astros como James Dean, Marilyn Monroe e Elvis Presley. A entrada do cinema era o ponto de encontro da juventude transviada. A calçada em frente ao cine vivia apinhada de lambretas com rapazes e moças se aglomerando no local.Até o princípio da década de 1980 o Imperator teve uma freqüencia de público bastante generosa, com extensas filas na galeria de acesso à sala (galeria hoje ocupada por uma feira de artesanato). Filmes nacionais como os dos Trapalhões e Dona Flor e Seus Dois Maridos, e estrangeiros como ET e Tubarão, atraíam uma legião de cinéfilos ao Imperator.Com o surgimento de grandes shoppings centers, o Imperator entrou numa fase de decadência, onde o esvaziamento de público resultou em significativos prejuízos, que obrigaram ao encerramento de suas atividades em 1986.Em 1991 o local foi reaberto como casa de espetáculos tendo o seu nome preservado. O show de estréia foi com a cantora estadunidense Shirley MacLaine que encantou o público com sua magistral apresentação. Outros astros internacionais se apresentaram no local como Tina Turner, Bob Dylan, Stevie B e Information Society. Artistas nacionais também marcaram presença no palco do Imperator: Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa (que fez um show memorável no qual mostrou os seios), Xuxa, Tim Maia, Lulu Santos, Barão Vermelho e Fafá de Belém. Neste período sua importância na vida cultural da cidade foi de tal monta que moradores da zona sul carioca, região ofertada pelos mais renomados espaços de entretenimento, cruzavam o Túnel Rebouças para privilegiar os shows produzidos pela casa de espetáculo.No ano de 1995 o Imperator foi novamente fechado. Esse novo encerramento das atividades fez nascer o temor de que o local se transformasse em uma igreja evangélica, tal como ocorreu com muitos outros cines do Rio de Janeiro. No ano seguinte porém a casa reabriu com o show de Roberto Carlos. Os mais de dois mil ingressos postos a venda se esgotaram rapidamente.Isso porém não foi capaz de contornar novos sinais de prejuízo. A casa começou a ceder espaço para a realização de matinês comandadas por DJs do mundo funk carioca. Com a lucratividade cada vez mais escassa o Imperator fechou novamente as suas portas.Em 2002 o então governador Anthony Garotinho determinou a desapropriação do local prometendo a implantação de um centro cultural que contaria com cinema, teatro e cyber café. Entretanto, não conseguiu, em seu mandato, concretizar a promessa.Desistindo do projeto feito no governo do marido, a ex-governadora Rosinha Matheus assinou um decreto determinando a transformação do espaço no Centro Cultural Casa de Samba que contaria com espaços destinados para o samba, grupos de cinema, música e escola de circo. O decreto de Rosinha também previa biblioteca, palco para shows de lançamento de CDs e shows.Atualmente, o Governador Sérgio Cabral Filho, prometeu analisar a viabilidade de reabilitação do projeto proposto no Governo Garotinho. Isso gera uma nova esperança nos moradores do Grande Méier que sonham em ver o Imperator, recém-batizado de Centro Cultural João Nogueira, ocupado por atividades que estejam mais a altura da grandiosidade e importância que ele teve no passado.